Sabemos que a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) é uma das patologias que mais causam mortes no mundo, e esse processo é agravado pelo envelhecimento. A obstrução ao fluxo de ar, hiperinsuflação  e alterações nas trocas gasosas afetam também o diafragma, tendo como consequências dispneia e fraqueza muscular inspiratória. 

Treinar os músculos inspiratórios proporcionam melhora de sintomas comuns em idosos como dispneia, alteração postural e qualidade de vida.

Estudo publicado recentemente, em março de 2021, realizado pelo Departamento de Fisioterapia e Reabilitação da Universidade de Selkuc, na Turquia, buscou identificar os efeitos do TMI no idoso portador ou não de DPOC.

Sobre o estudo:

• Foram selecionados 45 indivíduos geriátricos com e sem DPOC, respectivamente 22 e 23 pessoas, aplicando-se exatamente o mesmo treino para ambos os grupos, todos os indivíduos com condições estáveis hemodinamicamente e sem alterações neurológicas;
• Nas avaliações foram incluídos controle postural e avaliações físicas,  espirometria, tempo de caminhada de 6 minutos, escala de avaliação de dispneia,  avaliação de qualidade de vida, avaliação de força muscular inspiratória e expiratória;
• Ambos os grupos foram treinados 3 dias por semana sob supervisão de fisioterapeuta e outros dias da semana sem supervisor. 
• O programa de tratamento consistiu em 4 semanas de TMI básico seguido por 4 semanas de TMI funcional. A intensidade do exercício foi ajustada para 40-50% da PImáx. 
• Após 10 ciclos respiratórios consecutivos, os participantes foram solicitados a realizar 3-4 controles de respiração. À medida que a tolerância aumentou, os ciclos respiratórios consecutivos aumentaram. 
• A intensidade da PImáx foi ajustada por medições semanais de PImáx. 
• No estudo, o TMI foi aplicado durante as primeiras 4 semanas de treinamento. Os participantes foram convidados a se sentar em uma posição ereta confortável. Em seguida, o clipe nasal foi colocado e os pacientes foram orientados a apertar os lábios ao redor do bocal e respirar contra a resistência. 
• Durante este treinamento de 4 semanas, todas as aplicações de TMI foram realizadas exclusivamente na posição sentada, sem qualquer carga nas outras posições.
• Após esse período,  todos os participantes realizaram quatro semanas de TMI funcional.

Sabemos que a fraqueza muscular é um importante marcador de dispneia, principalmente no paciente portador de DPOC, bem como a tolerância a atividade física.

O estudo concluiu que após 8 semanas de TMI, os resultados em ambos os grupos foram parecidos, mostrando-se seguro e eficaz no treinamento respiratório do idoso portador ou não de DPOC, demonstrando uma melhora em marcadores como: força muscular respiratória, sintomas, equilíbrio, controle postural e qualidade de vida  em ambos os grupos, mostrando que o TMI é eficaz em indivíduos geriátricos portador ou não de DPOC.

Leia o estudo: https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04460261