quinta-feira, maio 09, 2024

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Associação Respiron, shaker e POWERbreathe no Transplante de Medula Óssea

Você já pensou na associação: Respiron + equipamento de carga linear +Shaker?

Olha que interessante! Artigo publicado por pesquisadores da Unicamp, buscou investigar a eficácia da fisioterapia respiratória com a associação desses três equipamentos na unidade de transplante de medula óssea.

Segundo dados da Hematology, transfusion and Cell Therapy, entre os anos de 2015 a 2020 foram realizados 17.210 transplantes no Brasil.

O transplante de medula óssea é um tratamento primordial e com elevado potencial de cura que beneficia muitos pacientes com doenças hematológicas, oncológicas, imunológicas e hereditárias. Entretanto, existem riscos significativos de complicações, tanto aguda quanto crônica, em função do regime de condicionamento e imunossupressão, toxicidades, infecções, doença do enxerto versus hospedeiro e restrições decorrentes de repouso e inatividade.

Estão associados a complicações pós transplante:

  • Complicações pulmonares, podendo o correr em cerca de 40-70% dos pacientes;
  • Perda da força global e respiratória, sendo que a redução ventilatória resulta na perda volumétrica pulmonar;
  • Redução da mobilidade diafragmática;
  • Retenção de secreção nas vias aéreas superiores e inferiores;

Segundo Miranda, et al, a fisioterapia respiratória atua como prevenção ou tratamento das complicações respiratórias e pode integrar o arsenal de cuidados aos pacientes submetidos ao transplante.

Sobre o estudo:

  • Pacientes com idades entre 18 a 60 anos, estável hemodinamicamente, ausência de infecções, função pulmonar normal;
  • Foram incluídas 67 pessoas no estudo, com análise de 39 pacientes em todos os períodos propostos, 28 pacientes apresentaram algum tipo complicação que inviabilizou participarem do projeto como um todo;
  • As avaliações respiratórias foram feitas em 3 momentos diferentes, avaliando os seguintes parâmetros: volume corrente, volume minuto, saturação de O2, frequência cardíaca, força muscular inspiratória e expiratória;

Os pacientes foram divididos em dois grupos, com os seguintes protocolos:

  • Grupo A:
  • Respiração diafragmática: o paciente era obrigado a inspirar profundamente pelo nariz, direcionando o fluxo de ar para a região epigástrica e expirando vagarosamente pela boca. Foram realizadas três séries de dez repetições uma vez ao dia;
  • Inspiração Fracionada: o paciente precisava realizar inspirações curtas e calmas, combinando curtos períodos de apneia, induzindo a três respirações curtas até alcançar a inspiração máxima. Foram realizadas três séries de dez repetições uma vez ao dia.
  • Ventilação padrão com expiração curta: consistindo de ciclos intermitentes de inspiração, intercalados com pequenas expirações. O paciente inspirava profundamente e então expirava uma pequena quantidade de ar (fase 1), inspirava e expirava novamente outra pequena quantidade de ar (fase 2), inspirava pela última vez e expirava completamente até chegar ao nível de repouso do teste;
  • Exercícios usando o Respiron: Foram feitos usando o dispositivo Respiron® em três séries de dez repetições. É um incentivo inspiratório que tem por objetivo a reexpansão pulmonar através de uma carga durante a fase de inspiração espontânea do paciente. A unidade usada possui três câmaras de plástico e dentro de cada uma há uma pequena bola colorida solta. Quando o paciente inspira um fluxo intenso, estas bolas aumentam sucessivamente enquanto este fluxo aumentar, devido à pressão negativa da extremidade superior da câmara, fornecendo um incentivo visual ao paciente.
  • Fortalecimento muscular com o dispositivo a carga linear: a carga para cada paciente foi calculada baseada na PImax alcançada. Foram estabelecidos 40% do PIM. O treinamento foi realizado em três séries de 15 repetições, três vezes ao dia (manhã, tarde e noite).
  • Exercícios com Shaker: o paciente inspirava normalmente pelo nariz e expirava através do aparelho Shaker. Foram realizadas três séries de quinze repetições, com um minuto de descanso entre as séries.
  • Tosse espontânea: os pacientes precisavam tossir após os exercícios com o Shaker para liberar qualquer secreção nos brônquios.

O grupo B realizou exercícios com incentivadores respiratórios.

Os exercícios foram eficazes não somente para prevenir a perda da ventilação pulmonar, mas foram também capazes de aumentar os valores iniciais, demonstrando um ganho significativo neste parâmetro em particular. Todos os exercícios para a reexpansão pulmonar como a respiração diafragmática, a inspiração de tempos em tempos, a ventilação padrão com expiração curta, os exercícios usando o Respiron visavam a promover o aumento da ventilação e podem ser responsáveis por estes resultados.

Os resultados sugerem que um programa de treinamento usando o protocolo fisioterapêutico respiratório, aplicado regularmente, pode ajudar na obtenção da força muscular respiratória e no aumento do volume corrente, pois, a intervenção foi responsável, principalmente, na prevenção da perda de alguns parâmetros analisados.

Temos dito: incluir ao seu paciente um programa global de terapias, incluindo estímulo a respiração profunda, treino muscular inspiratório e expiratório e equipamentos de prevenção a acúmulo de bactérias, essas tão nocivas ao organismo, ajudará desde patologias graves com perda de função rápida até melhora de qualidade de vida.

Saiba mais no estudo: https://www.scielo.br/j/rbhh/a/kh4874kLdMs9qxgyLq9kKzk/?lang=pt&format=pdf

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