domingo, maio 19, 2024

Saúde

Treino Muscular Respiratório no Acidente Vascular Cerebral

O AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como AVE (acidente vascular encefálico) é  considerada a segunda doença que mais causa óbitos no mundo e a principal causa de incapacidade em adultos, muitas vezes acontecendo de forma silenciosa.

Caracterizado como uma alteração súbita do fluxo cerebral ocorrendo comprometimento de circulação de sangue em alguma região do encéfalo (composto pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico).

Sabemos da importância do oxigênio em todos os sistemas de nosso corpo, quando a livre circulação dele é impedida por um coágulo ou rompimento dos vasos temos  o AVC, podendo ser  isquêmico ou hemorrágico.

Nos dois casos temos algumas sequelas importantes notadas, tais como: fraqueza muscular inspiratória, distúrbios de deglutição, disfunção vocal e disartria, comprometimento cardiorrespiratório, dentre outros. As
alterações dos componentes pós o AVC mais  relevantes são a ineficiência dos mecanismos orofaríngeos da deglutição, respiração, fonação e reflexos protetores das vias aéreas inferiores culminando em alta incidência de pneumonia por aspiração . Nesse perfil de indivíduos a complacência torácica e pulmonar encontra-se diminuídas o que provoca uma diminuição
da capacidade pulmonar total e da capacidade vital.

O Treinamento Muscular Respiratório (TMR) é um conjunto de exercícios capazes de melhorar a funcionalidade da musculatura respiratória. Utilizado por fisioterapeutas na prática clínica, o TMR envolve padrões respiratórios que podem ser combinados com os movimentos dos membros superiores e tronco, bem como manobras na caixa torácica, com ou sem
a resistência de um aparelho, tendo como objetivo melhorar o padrão respiratório, aumentar a expansão pulmonar, a capacidade residual funcional e o volume de reserva inspiratório, treinar tanto a força quanto a endurance muscular respiratória, restabelecendo a função muscular quer esteja comprometida ou que tenha forte risco de declinar, melhorar a eficácia na desobstrução das vias aéreas, por meio de uma tosse mais eficiente, além de, através de um condicionamento e adaptação ao exercício, prevenir a fadiga muscular respiratória.

Revisão sistemática publicada em 2020 realizada por pesquisadores Bahianos buscou a comprovação do TMR nesse perfil de paciente. Os resultados são muito interessantes:

  • Um total de 4834 estudos foram selecionados, sendo selecionados;
  • O tamanho das amostras variaram de 12 a 82 participantes;
  • Ao todo, 16 estudos utilizaram dispositivos para o treinamento muscular respiratório, que podia ser do tipo inspiratório, expiratório ou por espirometria de incentivo. Dois estudos utilizaram de exercícios respiratórios abdominal em algum dos grupos e um utilizou exercícios baseados em um game como método de treinamento. A
    fisioterapia convencional, ou cinesioterapia, no AVC foi o método de tratamento mais utilizado no grupo controle, não sendo utilizada em apenas 3 dos estudos.

Os resultados são bem interessantes:

  • 10 estudos concluíram que após a utilização do TMR em indivíduos pós-AVC há uma melhora significativa na Capacidade Vital Forçada. Esse volume de ar exalado é obtido quando se imprime máximo esforço a partir de uma inspiração máxima. O TMR pode ser utilizado nesses pacientes visando melhora nos volumes, que geralmente encontram-se reduzidos por conta do desequilíbrio muscular que proporciona a entrada desse ar nos pulmões.
  • Os estudos dessa revisão concluíram que o TMR como técnica pra tratamento de distúrbios ventilatórios se mostrou eficaz na melhora do VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo), com isso é possível ter base para utilização do TMR quando os pacientes pós AVC apresentem distúrbios obstrutivos, beneficiando-se de mais uma opção pra melhora das atividades diárias.
  • Se tratando de Volume Ventilatório Máximo (VVM) foi possível verificar a melhora nesse marcador através da análise de 2 estudos.
    Os indivíduos pós-AVC, que apresentam desequilíbrio muscular, uma maior rigidez da caixa torácica e baixa tolerância a atividades aeróbicas prolongadas, se beneficiam do TMR por promover maior tolerância e qualidade em atividades de baixa e moderada intensidade.
  • Pensando em Volume Corrente (VC), pode constatar a melhora dele ao final da aplicação do TMR.
  • 11 trataram de analisar o Pico de Fluxo Expiratório (PFE), tendo como resposta a confirmação do TMR como técnica pra melhora desse
    marcador. Ao treinar a musculatura respiratória desses indivíduos reduz-se o risco de comorbidades e mortalidade, já que a pneumonia por aspiração pode ser um fator de óbito pra essa população.

O estudo conclui que existem diversos efeitos positivos nos volumes e capacidades respiratórias de indivíduos pós-AVC submetidos à utilização de TMR. Há diversos estudos comprovando os efeitos desse treinamento na CVF, VEF1, VVM e PFE, mostrando que há a confirmação da melhora promovida pelo TMR através desses estudos nos ajuda a ter entendimento da utilização desse método na nossa pratica clínica, visando evitar os efeitos deletérios causados pelo AVC na função pulmonar.

Comfira o  estudo: https://www.researchgate.net/publication/347225589_Efeitos_do_treinamento_muscular_respiratorio_em_pacientes_apos_acidente_vascular_cerebral_uma_revisao_sistematica

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