O termo treinamento muscular respiratório tem cada vez mais sido integrado nas terapias de profissionais como: fisioterapeutas, fonoaudiólogos e educadores físicos. Ele refere-se ao treinamento combinado, no mesmo ciclo respiratório ou não, associando treinamento de musculatura inspiratória e expiratória.

O que nos intriga, é que em vários estudos há uma clara observação sobre o TMR, esclarecendo que sim, ele pode ajudar nas questões de coordenação e equilíbrio. Dentre alguns estudos podemos citar o estudo de Thamara Sarpi e colaboradores, associando o TME a benefícios na disfagia. Nesse estudo observou-se que pós TME, os pacientes apresentaram maior destreza em realizar os exercícios, mostrando que houve treinamento motor durante o treinamento experimental, diante disso nos perguntamos: será as ações do metaborreflexo? Fortalecimento secundário dos músculos do core?. Assuntos a serem estudados.

O que de fato sabemos é que o paciente portador de DPOC, ao longo do cursar da doença, apresenta dificuldades de equilíbrio e execução de tarefas simples, como escovar os dentes, tomar banho, etc.

Estudo recente, realizado por pesquisadores da Romênia, buscaram investigar se o TMR colabora ou não com o equilíbrio e a propriocepção de pacientes portadores de DPOC.

Sobre o estudo:

• Foram inclusos no estudo pacientes com histórico de tabagismo com o consumo de mais de 20 maços por ano, VEF1 menor que 80% do predito, razão VF1 /capacidade vital forçada menor que 0,7 do previsto e diagnóstico de DPOC;
• Foram criados 2 grupos: protocolo de reabilitação pulmonar (PR) e grupo reabilitação pulmonar com treino muscular inspiratório (PR-TMI);
• O protocolo foi realizado duas vezes ao dia por três semanas;
• Foram avaliados: Pimax e Pemax, espirometria, testes e questionário de equilíbrio;
• O programa de reabilitação pulmonar inclui exercícios aeróbicos, técnicas de expansão toracica, alongamentos.

Para o grupo TMI foram inclusas duas sessões de 30 inspirações de 40% a 60% da pimax.

O estudo relata uma melhora significativa no grupo que realizou a reabilitação mais o treinamento muscular inspiratório, principalmente no equilíbrio dos pacientes, acreditando que um possível mecanismo envolve a estimulação do diafragma e dos músculos intercostais, levando-os a se adaptar e responder a diversos movimentos e frequências.

A pesquisa conclui que o treinamento muscular respiratório impacta significativamente positivamente o equilíbrio e o desempenho da marcha entre pacientes com DPOC moderada a grave em comparação a um grupo de controle. Isso sugere que incorporar o treinamento muscular inspiratório na reabilitação pulmonar também pode melhorar o equilíbrio, além de melhora dos sintomas clássicos, tais como: pressões pulmonares, dispneia, tolerância ao execicio.