quinta-feira, novembro 21, 2024

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Treinamento dos Músculos Inspiratórios Voltar ao Básico Deve Ser o Primeiro Passo

Autor: Vinicius C. Iamonti

Título: Inspiratory Muscle Training: Back to Basics Must be the First Step?

“Treinamento dos Músculos Inspiratórios: Voltar ao Básico Deve Ser o Primeiro Passo?”

O artigo publicado é um editorial publicado na revista Archivos de Bronconeumología, volume 60, páginas 267-268, de 2024. O texto discute a importância do treinamento dos músculos inspiratórios (TMI) como uma estratégia para melhorar a força e a função do diafragma, particularmente em pacientes críticos e aqueles com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

O diafragma é o músculo respiratório primário, responsável por aproximadamente 2/3 da mudança de volume pulmonar durante a inspiração, mas sua função pode ser comprometida por uma variedade de patologias e situações clínicas, levando à atrofia e debilidade muscular.

O editorial destaca que, embora haja evidências crescentes de que o TMI pode ser seguro e eficaz, especialmente em pacientes críticos e com DPOC, a base fisiológica para o treinamento e a prescrição de exercícios ainda não é consensual. A falta de clareza sobre o melhor método de treinamento, a intensidade, a duração e a frequência dos exercícios é um desafio significativo na aplicação clínica do TMI.

O texto também aborda a composição de fibras musculares do diafragma, que é rica em fibras oxidativas, especialmente do tipo I, conhecidas por sua alta resistência à fadiga. Isso sugere que o treinamento de baixa a moderada intensidade pode ser mais eficaz para ativar as unidades motoras completas e maximizar o crescimento de todas as fibras musculares. No entanto, a questão de como o TMI deve ser prescrito para atingir esses objetivos fisiológicos ainda não está resolvida.

O editorial conclui que é necessário retornar aos princípios básicos da fisiologia muscular para otimizar o TMI e que a prescrição de exercícios deve considerar a fisiologia específica dos músculos inspiratórios e o contexto clínico de cada paciente. A identificação de pacientes que podem tolerar melhor as cargas apropriadas e a prevenção do sobretreinamento são essenciais para um programa de IMT eficaz e seguro.

Os autores, G. Ballesteros-Reviriego, A. Arbillaga-Etxarri e J.-D. Martí, são respectivamente do Hospital Universitari Vall d’Hebron e da Universidade de Deusto, ambos na Espanha. Eles afirmam que o estudo foi conduzido eticamente de acordo com a Declaração de Helsinque e que não há conflitos de interesse a declarar. Quais são os princípios básicos do treinamento que devem ser considerados ao desenhar um programa de treinamento respiratório?

            Ao desenhar um programa de treinamento respiratório, os seguintes princípios básicos devem ser considerados:

  1. Fisiologia dos Músculos Inspiratórios:

 É importante entender a composição de fibras musculares do diafragma e outros músculos inspiratórios, que são ricos em fibras oxidativas, especialmente do tipo I, conhecidas por sua alta resistência à fadiga. Isso sugere que o treinamento de baixa a moderada intensidade pode ser mais eficaz para ativar as unidades motoras completas e maximizar o crescimento de todas as fibras musculares.

  • Intensidade e Duração do Exercício:

A intensidade e a duração do exercício devem ser ajustadas para atingir o objetivo de treinamento desejado. O treinamento com baixa carga e tempo de duração prolongado é essencial para ativar o conjunto completo de unidades motoras e maximizar o crescimento de todas as fibras musculares.

  • Programação de Exercícios:

A prescrição de exercícios deve considerar a fisiologia específica dos músculos inspiratórios e o contexto clínico de cada paciente. Isso inclui a escolha do tipo de treinamento (por exemplo, treinamento de intervalos ou de resistência), a carga, o número de repetições e a frequência semanal.

  • Recrutamento de Fibras Musculares:

De acordo com o princípio de tamanho de Henneman, as fibras musculares são recrutadas em uma ordem específica, com fibras de tipo I sendo recrutadas primeiro em atividades de baixa a moderada intensidade, seguidas pelas fibras de tipo IIa e IIb à medida que a intensidade aumenta. O treinamento deve ser projetado para modular o recrutamento de fibras de tipo I e IIa.

  • Fadiga Muscular:

O treinamento próximo à fadiga muscular é importante para melhorar o desempenho muscular, mas deve ser abordado com cuidado para evitar sobrecarga e risco de lesão, especialmente no caso do diafragma.

  • Adaptação ao Treinamento:

Os programas de treinamento devem ser adaptados às respostas individuais dos pacientes, levando em consideração a tolerância e a capacidade de cada paciente para lidar com diferentes cargas respiratórias.

  • Monitoramento e Avaliação:

É essencial monitorar a resposta dos pacientes ao treinamento e ajustar o programa conforme necessário para garantir a segurança e a eficácia do treinamento.

  • Considerações Clínicas:

Os programas de treinamento respiratório devem ser personalizados para atender às necessidades específicas de cada paciente, levando em conta suas condições clínicas e o risco de complicações.

Ao seguir esses princípios, os profissionais de saúde podem desenvolver programas de treinamento respiratório mais eficazes e seguros para melhorar a força e a função dos músculos inspiratórios em uma variedade de condições clínicas.

Para saber mais, acesse:

– Ballesteros-Reviriego, G., Arbillaga-Etxarri, A., & Martí, J.-D. (2024). Inspiratory Muscle Training: Back to Basics Must be the First Step? Archivos de Bronconeumología, 60(267–268).

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