Gostaríamos de começar o post enaltecendo e elogiando os pesquisadores responsáveis por este estudo tão importante, comprovando a eficácia e mostrando a importância dessa ferramenta em nosso cotidiano! Tornando a avaliação pelo S-index e PIF importante aliada nas avaliações de crianças a adultos para melhor compreensão e indicação de técnicas fisioterapêuticas.
Este estudo foi desenvolvido pelos pesquisadores: Caroline Palácio da Silva, Jean Silva Aretakis Cordeiro, Murilo Carlos Amorim de Britto, Patrícia Gomes de Matos Bezerra e Lívia Barboza de Andrade, publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia, com o objetivo de Analisar o pico de fluxo inspiratório (PFI) e a função pulmonar dinâmica de crianças e adolescentes asmáticos e verificar sua associação com variáveis clínicas.
Sabemos que a asma é uma doença que frequentemente acomete crianças e adolescentes sendo uma das doenças crônicas mais comuns, tornando-se assim um problema mundial de saúde!
Ela acometendo cerca de 300 milhões de pessoas, e no Brasil acreditam que existam cerca de 20 milhões de asmáticos, sendo uma causa importante de faltas escolares e frequentes visitas ao serviço médico.
O artigo salienta que, em muitos casos, o uso de medicações inalatórias é necessário. Dentre esses medicamentos, os inaladores de pó vêm sendo cada vez mais prescritos, a manobra e o padrão do fluxo de inalação devem ser adequados para o sucesso do tratamento. Além disso, os usuários devem inspirar com fluxo suficiente para superar a resistência interna do dispositivo e permitir a entrega da dose correta do fármaco, promovendo o efeito terapêutico desejado.
O estudo nos mostra a utilização dessa importante ferramenta, o POWERbreathe K5, para avaliar o pico de fluxo inspiratório (PIF) e índice de força muscular inspiratória (S-index), destacando-se por fornecer outras variáveis, como: o volume de ar mobilizado e o tempo da manobra, além da análise gráfica do padrão de inalação em tempo real.
Sobre o estudo:
- Entraram 88 crianças no estudo e adolescentes com idade entre 6 e 18 anos, divididos em dois grupos de 44 participantes: grupo asmático e grupo controle;
- Grupo asmático: crianças e adolescentes com diagnóstico clínico de asma, que faziam uso regular de inalador de pó por pelo menos três meses, sendo excluídos aqueles com incapacidade de compreender ou realizar as manobras solicitadas, ou ainda, se houvesse a presença de outra doença pulmonar crônica associada;
- Grupo controle: crianças e adolescentes sem asma ou outra doença pulmonar associada, pareados por sexo, idade, peso e altura com indivíduos do grupo asmático, que eram capazes de compreender e realizar as manobras solicitadas;
- As variáveis analisadas foram: peso, altura, Asthma Control Test, IMC, nível de atividade física, avaliação da utilização de inaladores;
- Avaliaram também PIF, S-índex (medida dinâmica da força muscular inspiratória em cmH2O), o VT total (em L) e o tempo para atingir o pico de fluxo inspiratório (em s).
Os resultados são impressionantes:
- Observou-se através dos dados que, quanto maior a atividade física do asmático maior o PIF;
- Os fatores relacionados a experiência do asmático com a manobra estão relacionados a valores do efeito aprendizado, mesmo comparados com crianças que nunca usaram o disposto, os valores são inferiores! O estudo sugere que isso acontece por conta da fisiopatologia da doença;
- A média de PIF de crianças e adolescentes com asma obtido em nosso estudo foi superior ao encontrado na literatura em relação a crianças e adolescentes asmáticos, isso se deve, principalmente, a utlização do dispositivo POWERbreathe K5;
- Observou-se uma correlação positiva entre idade e PIF em crianças e adolescentes, o que pode estar relacionado ao melhor entendimento e execução da técnica de inalação;
- O VT e o tempo para atingir o PIF foram similares entre os grupos asmáticos e controle;
- Foi observada uma diferença significativa entre os valores de S-índex de asmáticos e controles. A desvantagem biomecânica associada ao posicionamento do principal músculo da inspiração (diafragma) em pacientes com asma pode ser um fator que contribui para os valores mais baixos de S-índex nessa população.
- S-índex obteve uma correlação positiva com o PIF, indicando que aqueles casos com valores altos dessa variável apresentaram uma tendência de ter também valores altos de PIF, tornando assim o S-índex uma medida de força muscular inspiratória que pode alertar sobre valores de PIF mais baixos.
O estudo, pioneiro no que diz respeito a dados de valores de S-index e PIF nessa população, nos elucida alguns aspectos importantes a serem avaliados na população asmática e valida a utilização dessa importante ferramenta na avaliação respiratória desse público e tanto outros.