Revisão sistemática publicada em 2018 na revista Fisioterapia e Pesquisa, realizada por cientistas de Juiz de Fora, entre eles o Professor Daniel Godoy Martinez, fez uma busca para identificar se o TMI (treino muscular inspiratório) pode estar associado a disfunções do sistema nervoso autônomo, responsável, entre outros fatores, pelo controle da pressão arterial.
O Sistema Nervoso Autônomo, atua diretamente no controle de mecanismos homeostáticos fisiológicos, avaliados através de alguns exames, tais como: catecolaminas plasmáticas circulantes, atividade nervosa simpática muscular, sensibilidade barorreflexa, da variabilidade da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Sabe-se também que essa alteração tem efeito tóxico ao coração, gerando morte programada dos cardiomiócitos e aumento do trabalho miocárdico, enquanto a atividade parassimpática confere efeito cardioprotetor. Assim, indivíduos com disfunção autonômica apresentam maior risco de descompensação cardíaca e morte súbita. Intervenções que possibilitem melhora desse quadro são especialmente benéficas à saúde desses pacientes, impactando significadamente em sua qualidade de vida.
O TMI vem sendo amplamente utilizado nas reabilitações pulmonares e cardíacas, com grande sucesso de adesão e resultados.
Nos artigos citados pela revisão foi observado:
- Diminuição da atividade nervosa simpática evidenciada pela redução dos níveis sanguíneos de noradrenalina após o período de treinamento;
- Aumento da modulação vagal;
- Aumento da densidade espectral da banda de alta frequência e pela redução da banda de baixa frequência avaliados pela variabilidade da frequência cardíaca;
Acredita-se que o TMI pode melhorar a força muscular inspiratória, aumentando assim a resistência à fadiga, reduzindo a liberação de produtos metabólitos por esses músculos, por fim atenuando o metaborreflexo respiratório. Outro fator relevante levantado pelos pesquisadores foi influência da respiração no controle da atividade nervosa simpática. A proximidade e as conexões neurais entre os centros cardiovascular e respiratório já foram descritas, de forma que intervenções que atuem no controle respiratório podem gerar respostas nas variáveis cardiovasculares.
A revisão conclui que o TMI melhora o controle autônomo, cardíaco e sistêmico.
E você, o que está esperando para treinar?
Link do estudo: http://bit.ly/3eNG4P0