Treinamento muscular inspiratório (TMI) e Hipertensão arterial (HAS)

Mais recente e completo estudo realizado por cientistas da Turquia visaram explorar como o treinamento muscular inspiratório com altas e baixas cargas afetam diretamente a capacidade de exercício, qualidade de vida, depressão, força muscular periférica e respiratória, função pulmonar, dispneia, fadiga e níveis de atividade física em pacientes com hipertensão arterial.

A HAS é um problema mundial, sendo uma condição que afeta cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo, resultando em aproximadamente 7,1 milhões de mortes por ano. Estudos mostram que a prevalência da doença é de 32% entre os adultos em geral, podendo ultrapassar os 50% em pessoas com 60 anos ou mais.

Já sabemos que existem algumas recomendações ao portador dessa patologia, tais como: prática de atividade física, alimentação adequada para prevenção de obesidade, diminuição da ingestão de sódio, e muitas vezes, o medicamento é indicado!

Será que os exercícios respiratórios podem ajudar? Os pesquisadores afirmaram que sim!

Sobre o estudo:

• Foram incluídos pacientes com diagnóstico de hipertensão, com faixa etária entre  18 e 79 anos, hemodinamicamente estável;
• Os pacientes foram divididos entre 3 grupos: Grupo controle, grupo TMI a baixas cargas (30% pimax), grupo TMI a altas cargas (50%) pimax;
• O treinamento dos grupos foi realizado com o POWERbreathe Classic LR, por 30 minutos, sete dias por semana por 8 semanas;
• Foram realizadas várias avaliações, dentre elas: teste de caminhada de 6 minutos, escala de qualidade de vida, gravidade de fadiga, dispneia, qualidade de sono e de ansiedade e depressão, força muscular periférica, prova de função pulmonar, avaliação de força muscular respiratória.

 Os resultados mais importantes deste estudo são os seguintes:

• O TMI de baixa e alta carga aumentaram a capacidade de exercício e melhoraram o parâmetro de função física, embora diferentes protocolos de carga de IMT tenham causado uma diminuição na percepção de depressão, os efeitos na depressão, como a sem carga foram semelhantes;
•  A força muscular do quadríceps e a força de preensão manual melhoraram após o treinamento em grupos de alta e baixa intensidade;
• A Pimax aumentou em todas as cargas de treinamento e o aumento foi maior na carga alta.
•  A pressão expiratória máxima aumentou mais na carga baixa e na carga alta;
• A CVF aumentou principalmente na carga alta, e uma mudança positiva foi observada nos valores de PFE com todas as cargas, enquanto mudanças semelhantes foram observadas nos valores de VEF ₁ e VEF ₁ /CVF, o aumento na atividade física foi maior com carga de alta intensidade, e o IMT diminuiu a pressão arterial em repouso, a dispneia em repouso e a percepção de fadiga e melhorou a qualidade do sono.

Algumas observações importantes:

• Tanto o treinamento de baixa intensidade quanto o de alta intensidade foram para melhor da capacidade ao exercício;

• O estudo observou uma melhora na qualidade de vida relacionada à saúde, especialmente no parâmetro de função física. O aumento significativo observado no parâmetro do questionário de qualidade de vida dentro dos grupos de treinamento possivelmente contribuiu para uma redução na dispneia percebida ao esforço durante atividades físicas diárias, indicando um efeito do tratamento.

• Observou-se que a melhora da força respiratória e periférica foi mais efetiva no treinamento com cargas mais altas.

• A percepção da fadiga diminuiu estatisticamente apenas dentro do grupo de baixa carga. O IMT levou a um aumento na força muscular periférica e respiratória e aumentou a capacidade de exercício nos grupos, o que pode ter levado a uma diminuição no nível de fadiga percebido;

• De acordo com os resultados do nosso estudo, a pressão arterial, dispneia e qualidade de sono, depois de 8 semanas de treinamento de exercícios respiratórios, incluindo treinamento sem carga, de baixa intensidade de carga ou de alta intensidade de carga, diminuíram a pressão arterial em repouso em pacientes de TH. A HAS foi mais reduzida pelo treinamento de baixa intensidade de carga, enquanto a PAD (pressão arterial sistólica) foi mais reduzida pelo treinamento de alta intensidade.

O estudo conclui que o TMI de alta carga foi particularmente eficaz em aumentar o nível de atividade física, força muscular periférica, capacidade de exercício e melhorou a qualidade de vida. O TMI de baixa carga foi eficaz em reduzir a dispneia e melhorar a função respiratória. Exercícios respiratórios guiados por dispositivo, quando realizados com carga (%30 MIP e %50 MIP) ou sem carga de trabalho (%10 MIP), diminuíram a pressão arterial, melhoraram a qualidade do sono e fortaleceram os músculos respiratórios. Pode ser útil levar em consideração os efeitos dessas diferentes cargas de trabalho ao projetar programas de exercícios para pacientes de HAS.