Autor: Vinicius C. Iamonti
Título: Effects of an incentive spirometer versus a threshold inspiratory muscle trainer on lung functions in Parkinson’s disease patients: a randomized trial
Introdução sobre o problema:
O que é a Doença de Parkinson?
A doença de Parkinson é um distúrbio do sistema nervoso central que afeta o movimento, causando tremores, rigidez e dificuldade de caminhar. Os sintomas incluem lentidão de movimentos, rigidez muscular e instabilidade postural, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Prevalência e Diagnóstico:
A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, e o diagnóstico é baseado na avaliação clínica dos sintomas.
Qual o impacto da Doença de Parkinson no sistema ventilatório?
A doença de Parkinson pode levar a alterações nas funções pulmonares, incluindo redução da capacidade vital e diminuição da força dos músculos respiratórios. Os pacientes podem enfrentar dificuldades respiratórias devido à rigidez muscular e à redução da capacidade de expandir os pulmões.
Qual a importância do TMI?
Compreender o impacto da doença de Parkinson no sistema ventilatório é crucial para o desenvolvimento de estratégias de tratamento eficazes.
O estudo realizado por Saiyed F. M. Yusuf e colaboradores investigou e comparou os efeitos de dois dispositivos que treinam o sistema muscular inspiratório:
– Espirômetro de incentivo (IS) (volumétrico) versus o dispositivo de carga linear (Thershold)
Objetivo do estudo:
O objetivo foi comparar os efeitos do IS e do Threshold, na pressão inspiratória máxima PIMAX, na distância de caminhada de 6 minutos TC6m, na capacidade vital forçada (CVF), no volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) e na taxa de fluxo expiratório pico (PFE) em pacientes com doença de Parkinson (DP) em estágios 1-3 de acordo com a escala de Hoehn e Yahr,
Participantes
18 pacientes foram randomizados em dois grupos, recebendo treinamento de músculos inspiratórios (IMT) com IS ou TIMT durante seis semanas.
Como foi mensurado a capacidade muscular inspiratória: Manovacuômetro portátil MicroRPM
Intervenção
Os participantes foram divididos em dois grupos (IS) e Threshold . Em ambos os grupos, a intervenção foi realizada por seis semanas.
Grupo Incentive Spirometer a volume (IS):
O treinamento dos músculos inspiratórios (IMT) foi realizado usando o espirômetro incentivador PORTEX Coach 2. Eles foram orientados a inspirar o mais lentamente e profundamente possível e elevar a bola na câmara. Na inspiração completa, o bocal era removido, seguido de uma apneia de 3 a 5 segundos e, em seguida, a expiração normal. Esse treinamento foi realizado por 15 minutos, duas vezes ao dia (um total de 30 minutos), por seis dias por semana.
Eles foram instruídos a realizar este exercício em casa. Para manter a adesão ao tratamento, cada participante recebeu uma folha de papel com um cronograma impresso no qual eles tinham que fazer uma marca cada vez que realizassem os exercícios.
Grupo Threshold
O treinamento dos músculos inspiratórios foi realizado usando o dispositivo Threshold. Os participantes foram orientados a colocar o bocal na boca e colocar os clipes nasais. Inicialmente, a intensidade do treinamento foi definida em 30% da Pressão Inspiratória Máxima, com progressão de 5% da MIP a cada semana. Os participantes tinham que inspirar pelo bocal, segurar a respiração por 2 a 3 segundos e, em seguida, expirar. Esse treinamento também foi realizado por 15 minutos, duas vezes ao dia (um total de 30 minutos), seis dias por semana.
Resultados
Os resultados mostraram que ambos os grupos apresentaram aumento significativo:
PIMAX (IS = 9,6 cmh20 e Threshold = 16,2 cmh2O).
O grupo TIMT apresentou um aumento maior na MIP e na 6-MWD em
comparação com o grupo IS, indicando que o TIMT é mais eficaz do que o IS na melhoria dessas medidas em pacientes com DP.
TC6m (IS= 13 metros e Threshold = 23 metros). O estudo concluiu que o IMT com IS ou TIMT é eficaz para aumentar a MIP e a 6-MWD em pacientes com DP em estágios iniciais, mas o TIMT é mais benéfico para esses pacientes. Não houve melhora nos parâmetros de função pulmonar, mensurados pela espiratometria simples (CVF, VEF1).