Colecistectomia é a retirada cirúrgica da vesícula biliar. Apesar do desenvolvimento de técnicas não-cirúrgicas, ela é o melhor e mais comum método de se tratar a colelitíase e colecistite, embora existam outras razões pela qual a cirurgia deva ser realizada.
Você sabia que alguns pacientes podem apresentar volumes pulmonares reduzidos após essa cirurgia? Embora não na mesma extensão observada em cirurgias abertas.
A prevenção dessas complicações é essencial, pois pode levar ao aumento da morbidade e adiar a alta hospitalar precoce, prejudicando a vantagem alcançada pela técnica laparoscópica.
Olha que interessante, um estudo publicado pela Surg Laparosc Endosc Percutan, com o objetivo de comparar o efeito da espirometria de incentivo pré-operatória e pós-operatória nas funções pulmonares de normais indivíduos saudáveis submetidos à colecistectomia laparoscópica.
Sobre o estudo:
- Foram selecionados 50 pacientes submetidos a colicistecmia divididos em dois grupos, um grupo realizou o exercício somente no pós operatório e o outro no pré e pós operatório;
- Fumantes, pacientes com distúrbios respiratórios agudos ou crônicos coexistentes e pacientes incapazes de entender ou mostrar o uso adequado do espirômetro de incentivo foram excluídos do estudo;
- Testes basais de função pulmonar (LFT) compreendendo capacidade vital forçada (FVC), capacidade expiratória forçada (FEV1) e pico de fluxo expiratório (PEFR) foram registrados em todos os pacientes;
Após os treinamentos, algumas observações importantes foram notadas:
- Valores de VEF1 e CVF melhoraram significadamente no grupo que realizou a IS no pré operatório;
- A melhor preservação das funções pulmonares em seu estudo tem sido atribuída aos efeitos benéficos obtidos com o uso da inspirometria de incentivo;
- Uma adesão ao tratamento correspondente também a um bom desempenho da melhora pós operatória.
- Nenhum paciente do estudo apresentou complicação pulmonar.
As alterações pós-operatórias na função pulmonar são menos encontradas na colecistectomia laparoscópica porque produz ruptura muscular mínima, menos dor pós-operatória e permite a deambulação precoce no período pós-operatório. Além disso, uma diminuição acentuada na produção do neurônio motor frênico foi observada com a tração da vesícula biliar prejudicando o movimento diafragmático e resultando em atelectasia basal, levando alguns dias para que todas as funções pulmonares se recuperem após a cirurgia.
Um espirômetro de incentivo pode adicionar uma quantidade considerável de trabalho respiratório imposto, é extremamente benéfico o aumento do trabalho respiratório imposto pelo equipamento. Uma melhor adesão do paciente pode ser assegurada em nosso estudo, pois a maioria dos pacientes foi internada com seu consentimento pelo menos uma semana antes da cirurgia e seu desempenho foi monitorado diariamente por um dos investigadores. A partir daí, as funções pulmonares apresentaram melhora consistente e foram melhor preservadas nos pacientes que receberam espirometria de incentivo profilática quando comparadas com aqueles que receberam somente no pós-operatório.
A melhor preservação das funções pulmonares em seu estudo tem sido atribuída aos efeitos benéficos obtidos com o uso da espirometria de incentivo no pós-operatório.
O estudo conclui que as funções pulmonares são melhor preservadas com espirometria de incentivo inserida no pré-operatório, garantindo assim melhores resultados e minimizando os efeitos de uma cirurgia, mesmo que moderna!
Lembrando o que sempre ressaltamos: existe um conjunto de técnicas que devem ser utilizados a fim de evitar complicações e assim a melhora do paciente mais rapidamente.