terça-feira, dezembro 03, 2024

Qualidade de Vida, Saúde

Apneia do sono e treino muscular inspiratório

A apneia obstrutiva do sono é uma doença importante, que afeta pelo menos 2% das mulheres e 4% dos homens, em todo o mundo.

Caracterizado por um distúrbio respiratório relacionado ao sono caracterizado principalmente pela obstrução de vias aéreas, resultando em um ciclo de hipoxemia (diminuição de oxigênio) gerando assim um aumento do trabalho respiratório e despertares constantes, trazendo uma má qualidade de sono, tendo como consequência um cansaço extremo.

As causas são mais frequentes em:

  • Obesos;
  • Tabagistas;
  • Excesso de álcool;
  • Idade;
  • Congestão nasal;
  • Utilização de alguns medicamentos.

Os sintomas costumam ser:

  • Roncos;
  • Sonolência excessiva durante o dia;
  • Acordar engasgado ou ofegante;
  • Dificuldade de concentração;
  • Irritabilidade;
  • Depressão e impotência sexual.

Para minimizar os efeitos dessa patologia, comumente são indicados o uso de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), muitas vezes com a dificuldade de adesão do paciente.

Frequentemente os profissionais de saúde tem indicado terapias associadas como um complemento e tratamento da apneia do sono (AOS). São indicados exercícios físicos, exercícios orofaríngeos e também o TMI (treino da musculatura inspiratória).

Alguns estudos já publicados nos norteiam sobre a importância desses complementos no tratamento da doença.

Estudo publicado por importantes pesquisadores do programa de pós graduação da Universidade Federal Fluminense, Universidade Estácio de Sá e o departamento de Medicina da Universidade Federal Fluminense, dentre eles Leonardo Cordeiro, Bruno Guimarães e Leandro Azeredo, realizou um estudo controlado randomizado com o objetivo de analisar os efeitos do TMI nesse grupo de pacientes.

Os critérios de inclusão foi idade (acima de 18 anos) e diagnóstico de AOS e diagnóstico de apneia ou hipopneia do sono maior que  5h, diagnosticado na polissonografia.

Sobre a pesquisa:

  • Foram avaliados PImax através da manovacuometria;
  • Foram medidas também a Escala de Sonolência Diurna de Epworth, índice de qualidade de sono de Pittsburg e polissonografia.
  • O grupo TMI realizou o treinamento durante 12 semanas utilizando o POWERbreathe Classic, com a carga ajustada a 40% da PImax, realizando 30 inspirações por dia.
  • A resistência foi aumentada em 10 cmh20 semanalmente, até a 5ª semana, a partir dai o nível foi mantido.
  • O grupo controle realizou o TMI a 10 cmh2o durante todo treinamento.

Sobre a discussão e os resultados:

  • Foram analisados alguns parâmetros importantes durante a pesquisa: a PImax foi significadamente aumentada, assim como o índice de apneia e hipopneia. Foram observados também que a Escala de Sonolência Diurna de Epworth, Indice de Qualidade de Sono de Pittsburg apresentaram melhora também.
  • Importante ressalvar que durante o estudo não foram observadas mudanças importantes no índice de massa corpórea.
  • Foi observado também que o subgrupo que estavam com o CPAP tiveram resultados mais expressivos.

O estudo conclui que um programa de doze semanas de treinamento muscular inspiratório aumentou a força muscular inspiratória, reduziu substancialmente o IAH imactando positivamente na qualidade do sono e na sonolência diurna. Os achados ocorreram independentemente de os participantes estarem ou não usando CPAP. Nossos achados reforçaram o papel de um programa de treinamento muscular inspiratório como recurso adjunto no tratamento da AOS.

E você, sobre de apneia do sono? Já pensou em incluir um programa de TMI?

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